A dimensão pedagógica da prática
docente futura
A
universidade não pode ser concebida isolada dos problemas vividos pela
sociedade e a construção da identidade de seus docentes está vinculada ao
cenário mais amplo em que ela se insere. Boaventura de Souza Santos (1997)
analisou as crises pelas quais passa a universidade: de hegemonia¹,
de legitimidade e institucional e quanto à segunda, pergunta se a missão
fundamental, a formação de seres humanos, está sendo cumprida. Para os
educadores, a formação da pessoa, com conhecimento de si mesma e do contexto, natureza,
sociedade e cultura herdada, continuam sendo a tarefa prioritária da
universidade e pede o compromisso de todos os que nela atuam.
Na
entrada do século XXl, “a educação deve ser encarada como uma construção
contínua da pessoa humana, dos seus saberes e aptidões, da sua capacidade de
discernir e agir¹ segundo o Relatório da Unesco, Educação – um tesouro a
descobrir, mais conhecido como Relatório Jacques Delors (1998), p.18).
Buarque² ( 2003) alerta que “a universidade do
futuro deverá ser tema de debate de todos os universitários, redescobrindo a
ética como parte de sua preocupação constante” (p.45).
A
dimensão pedagógica da universidade, ainda que a menos enfatizada, precisa ser
objeto de análise e a realidade presente é uma plataforma ou ponto de partida
para a projeção de como deverá ser o ensino. O passado continua interessando
como legado cultural permanente, mas o futuro é cada vez menos a projeção do
passado. De qualquer modo, precisamos partir de algumas questões fundamentais.
Galeano
cita uma pessoa que recorta palavras nos jornais, classifica e as guarda em
caixas. “ Numa caixa vermelha guarda as
palavras furiosas. Numa caixa verde, as palavras amantes. Em caixa azul, as
neutras. Numa caixa amarela, as tristes. E numa caixa transparente guarda as
palavras que têm magia".
Texto extraído do
livro: A DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR -
SETE OLHARES – Délcia Enricone, página 13 (Org.) 2ªedição.
1- Caixa de dicionário
Hegemonia¹
1 supremacia ou superioridade (cultural, econômica ou militar) de um povo ou cidade-estado nas federações da Grécia antiga.
2 Derivação: por extensão de sentido; supremacia, influência preponderante (exercida por cidade, povo, país etc.), autoridade soberana; liderança, predominância.
3 Rubrica: política, sociologia; na tradição
marxista, liderança política calcada no consentimento e não na violência;
aquela que, na luta de classes, o proletariado industrial exerce sobre o
campesinato e sobre outros grupos submetidos da sociedade.
Buarque² ( 2003)
Autora: Lya J. O. Cruz
Referência:
Arquitetura da
informação - Aula9.indd 217 10/10/2007, 10:07:29 AM. RAMOS, Roberto Paes de Carvalho; RABELO, Carlos
Otoni e FIALHO, Ana Paula Abreu. Acesso
em 10/07/2013.
A DOCÊNCIA NA
EDUCAÇÃO SUPERIOR - SETE OLHARES –
Délcia Enricone, página 13 (Org.)
2ªedição.http://books.google.com.br/booksid=H4xTGU1PRlAC&pg=PA13&dq=edgar+morin+os+sete+saberes&hl=ptBR&sa=X&ei=TvPiUb2vLLLa4AOSt4DACQ&ved=0CDEQ6AEwAA#v=onepage&q&f=true
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